sábado, novembro 17, 2007

A Outra Margem + Control

A Outra Margem

Filme muito bonito, muito português e de boa qualidade.
Não tão bonito nem de qualidade tão "internacional" como um "Alice". Não fica acima de um ou outro telefilme ou um outro filme que vai aparecendo aqui e ali ao longo dos anos, mas é um filme de tomar nota como uma grande e boa hipotese para a evolução do cinema tipico português. Provavelmente o melhor filme português que se estreou este ano (não sendo esta uma meta muito dificil), está definitivamente no meu "top 10" dos filmes portugueses. Se bem que há aí uns quantos que não vi...
A sonoplastia está quase quase quase tão boa como qualquer outro filme estrangeiro.
Apesar de ainda haver muito cinema português a ser feito como já faziamos por cá no anos 80 (ou antes... e mesmo nessa altura já era desactualizado), têm vindo a aparecer cada vez mais coisas melhores.
Ai... se ao menos o projecto da "cinecittà" portuguesa tivesse ido em frente... quem sabe se não teriamos aí uns Pasolinis, Fellinis ou qqr outro de que país for que esteja à frente do seu tempo.


Control
Um filme excelente. Não consigo falar mal de nada. Cada plano parece pensado como uma fotografia. A escolha do P&B não poderia ter sido melhor. As músicas estão muito muito bem colocadas em cada acontecimento. Mesmo o actor principal que sempre achei demasiado bonitinho (mesmo não sendo assim tão bonito) para Ian Curtis, está muito bem e vê-se muito bem no filme que a "beleza" do actor foi algo que não foi nada explorada. Gosto de actores que consigam ser horriveis e deformados se a situação assim o exigir. Este foi um desses.
A história centra-se na pessoa, no ser humano e não no vocalista ou heroi ou martir ou doente ou pobre coitado ou o que for... é uma história que é naturalissima com personagens humanas, em que o facto de haver uma banda em ascensão acaba por não ser central, que é só mais uma coisa como todas as outras que estão a ajudar ao descontrolo e que acaba por ser uma coisa que muito provavelmente já nos aconteceu ou facilmente poderá nos acontecer.
E tudo acaba por se resumir a ter controlo sobre a nossa vida ou não e a forma como lidamos com isso.
Há muito poucos filmes que me fizeram questionar a minha vida e o meu dia-a-dia. Com certeza parecerá exagerado a muitos mas este foi um deles.

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